Sugestão: Cabeça
Quando lá, comer: não
O Bar São Judas Tadeu, olha esse nome, fica no Boa Vista, na semi-rápida que cruza o bairro de ponta a ponta – rua Nossa Senhora de Nazaré. Esta rua fica umas 5 quadras de distância da rua Jovino do Rosário que é a rápida principal do Cabral sentido centro, com o péssimo hábito brasileiro de ter sete, oito nomes ao longo de seu percurso. Supondo que você está vindo do centro, então indo no sentido Santa Cândida partindo lá da rua Holanda, você anda uns 3 km e passa pelo colégio estadual Ermelino de Leão do lado esquerdo, na frente do qual tem uma travessia elevada. O botecão fica do lado direito, logo depois desta travessia. Não tem placa na frente e não é assim... muito civilizado.
Botecasso sem placa... é villerage
Este Bar é algo diferente neste site... não tem uma avaliação completa de ambiente e comida, tem uma história. Tanaka foi o primeiro a chegar no estabelecimento, logo sendo acompanhado pelo Adolfo. Ambos se alocaram numa mesa na metade da frente do bar. A mesa de plástico da Brahma tinha um... líquido vermelho estranho, mas parecia molho, o Tanaka me prometeu. Chegou um tiozinho simpático para “limpar” a mesa, realmente ele era firmeza, mas o pano parecia ser usado para limpar graxa e suor de oficina, então vamos dizer que a mesa não ficou muito asséptica. O detalhe é que o tiozinho tava bem estropiado, sabe quando o cara fuma tanto que a barba e as unhas ficam amareladas? Fora isso, ele tinha uma mancha imensa de sangue na testa do lado esquerdo, já seca. Adolfo falou que ele tinha brigado, pra mim estava na cara que ele tinha sido atropelado no dia anterior. Enfim, o salão em que estávamos tinha uma gaiola no canto com um canário pulando de um lado pra outro, então com o conhecimento das minas de carvão que o pássaro é o primeiro a morrer, nos certificamos que o lugar era minimamente seguro para sobrevivência humana e ficamos tranquilos.
O espaço da frente...
O espaço de trás
Como é de se esperar desse tipo de boteco das camadas mais distantes, ao ser questionado se havia comida, o veinho disse que achava que ainda tinha bolinho de carne – e realmente, havia três (3) unidades. Neste momento o Adriano chegou, e assumiu um dos bolinhos. Eu confesso que fiquei com medo de passar mal e recusei, peço desculpas se o dono do boteco toma cuidado com limpeza, mas não aparenta de forma alguma. Adolfo e Tanaka comeram os bolinhos remanescentes aquecidos no microondas, que segundo o Tanaka, “Está fresco. Foi feito no máximo ontem”. Adriano e Tanaka não são parâmetro para resistência corporal, pois Adriano é morador de fazenda e Tanaka passou uma semana na Índia e não teve problemas alimentares. Resta o Adolfo contar se passou bem naquela noite.
A turma tomou uma cerveja convencional, não lembro qual era a marca, e o Adriano foi pegar um Cynar pra mim, que custou a bagatela de dois (2) reais. Isto é um recorde de preço baixo, lucros ínfimos sobre o preço de custo, mas para economizar 3 pila ser um motivo pra escolher um boteco, acho que você precisa buscar atitudes mais saudáveis. A conta resultou num total de 38 reais, no momento que chegamos a um consenso que o boteco não atenderia às nossas necessidades alimentares.
Olha os aventureiros
Eu confesso que fiquei com vergonha de entrar mais fundo no bar e tirar mais fotos, porque apesar da mesa de sinuca e do “atraente” balcão, o pessoal olhava meio torto pra nós, certamente imaginando o que aqueles jovens forasteiros tavam fazendo ali atrapalhando os rituais alcoólicos diários. Não fomos diretamente maltratados, então não quero deixar um tom de reclamação aqui, mas não deixo este estabelecimento como recomendação da Confraria. Saímos dali e fomos no Bar do Morango a três quadras de distância, em que existe um ambiente botecal tradicional muito melhor aproveitável (post anterior).
Fumo de corda
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