quarta-feira, 27 de março de 2024

#251 – Old Bar Brasil – 14/03/2024

Presentes: Adolfo, Bráulio, Cabeça, Cid, Flávio, Hiã, Pedro-san, Tanaka, Tony
Sugestão: Cid
Quando lá, comer: pão com pernil

O Old Bar Brasil fica no bacacheri, no mesmo endereço onde ficava o base 407 quando o avaliamos como melhor boteco de 2016. A rua é a paralela à Fagundes Varela junto à parte de trás do aeroporto Bacacheri, se chama... Paulo Idelsfonso Assunção. A via de acesso fácil é a Fagundes Varela mesmo, vai por ela até perto da linha verde mais ou menos, e quando chegar no posto ipiranga vira à esquerda. Da esquina seguinte você já vai enxergar o bar no meio da quadra transversal à esquerda.

Aquele xquema, rua tranquila do bairro

O Old Bar Brasil busca se apresentar com capricho, ambientes distintos com decoração diferenciada, mas a gente sente o espírito botecão rondando o ambiente (digo, de uma maneira boa, não mal assombrado). Claro que pelo clima botecal o melhor ambiente é a calçada, principalmente nas noites de calor que temos tido, as mesas de madeira e a rua tranquila são muito atraentes. Lá dentro, como mencionado, três ambientes bem diferenciados, cada um com um estilo de mesa inclusive: requintado/disco, carnavalesco/boteco e kitsch/romântico. Nem adianta descrever, olhe aí as fotos e tire suas conclusões. O ruim é que não tem música diferente em cada ambiente, é uma só de gosto duvidoso. O ambiente de entrada tem um palquinho, então veja se tem música ao vivo antes de ir.

O ambiente requintado/disco
O ambiente carnavalesco/boteco
O ambiente kitsch/romântico

Quem atende no boteco é o seu Acyr e sua nora Rosemery (tou chutando o jeito que escreve), e originalmente o lugar sempre foi propriedade do seu Acyr. Mas enquanto ele trabalhava no banco (era? ou emprego similar) ele alugava o lugar pra Bia do Base 407. Quando se aposentou, tomou as rédeas do estabelecimento e fundou o Old Bar, que apesar de não ter a idade da placa (1945, como a bomba atômica), fica numa casa bem antiga. Ele explicou como o pai dele lidou com a guerra e arrumou o lugar, mas eu não gravei direito, já estava embebedado. O atendimento é muito personalizado, seu Acyr é uma figura e a Rosemery muito eficaz, eles só atendem o boteco em dois mesmo. Não sei se era pelo bar estar tranquilo, mas a comida não demorava não.

Seu Acyr lá no balcão
As opções

Em relação à comida, por sinal, o cardápio é enxuto, o que faz sentido porque só tem duas pessoas trabalhando. A gente comeu tudo que tem ali, mais uma porção de coxinha que não tinha no cardápio, e a recomendação é o pão com pernil, bem bom. Tão bom que acabou rápido. Aí sobrou o bolinho de carne, é ok. O resto é tudo fritura congelada, pouca variedade, aí não tem muita graça. Biritas também têm pouca variedade, cervejas convencionais, algumas biritas de boteco e caipirinhas para cobrir as necessidades. Tem dois drinks pra dizer que tem, o cabeça pediu o tal fusca azul só de zuêra, e a história é bem interessante, foi inventado da Rosemery numa festinha de 15 anos que queriam um drink azul, ela aceitou o desafio e virou item do cardápio, e dá-lhe curaçao, é claro que é bastante meia-boca, o que esperar? Se quiser uma brincadeira tá lá. O preço é justo, talvez um pouco abaixo da média que costumamos pagar por aí.

Meus botecários

E é claro que por ter o ambiente externo e um puta calor na quinquagésima sexta onda de calor do ano, sei lá, a gente curtiu bastante a rua e ficava fazendo algazarra quando um carro batia o fundo na lombada que fica bem em frente ao boteco. Seu Acyr ficou animado que havia surgido um bando de jóvis pra bagunçar no boteco dele, resgatando as saudáveis tradições brasileiras de antigamente, e voltemeia ele dava uma passada na mesa pra contar uma história, muito divertido. Falaram de putaria, pobremas, estatísticas e esportes, casa nova, e a mesa foi crescendo até atingir um belo coro de peão fedorento. O seu Acyr acompanhava cada peão que chegava e cumprimentava, ele e Rosemery sempre disponíveis para as necessidades da mesa. Ele falou que apesar do cardápio ser enxuto, ele pode fazer o que a gente quiser, é só avisar de antemão, então fica a dica. É o tratamento camarada de dono de boteco que fazia as gerações antigas felizes.

Um comentário:

  1. Muito legal ver que vocês retomaram as postagens ( ou eu que estava desatualizado, sei lá?!?!). Realmente vocês me inspiraram e ainda me inspiram em conhecer alguns dos botecos de Curitiba. Sempre me vejo participando dos "encontros filosóficos-etílicos". Quem sabe um dia não participo, né?. Vida longa à Confraria do Boteco!

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