quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

#243 – Bar Palácio – 23/11/2023

Presentes: Bráulio, Cabeça, Cid, Pedro-San, Ryan, Tanaka, Tony
Sugestão: Cid
Quando lá, comer: jantar completo

Bar Palácio... esse é crássico. Quem é curitiboca das antiga já foi, quem é curitiboca jóvis já ouviu falar. Suponho que com esta ida pela Confraria tenhamos feito a transição, agora somos oficialmente das antiga... ou já éramos? O Bar Palácio fica na André de Barros, umas três quadras antes do terminal Guadalupe. Dá pra ir até o Estação de Vermeio, por exemplo, e andar duas quadra até o bar. Como de costume, não vá de carro, ainda mais que é ruim de estacionar.

Letreiro de neon icônico na André de Barros

O Bar Palácio, nas definições modernas, não é bar porra nenhuma, é um restaurante. Mas nas definições da década de 30 quando o bar nasceu, era bar, mesmo com os garção vestindo roupa estereotípica de garção, avental e gravata borboleta sobre roupa considerada social modernamente. Muitos dos garção devem ser das antiga, inclusivemente. Entre no bar e transporte-se no tempo para o passado, por mais que as TVs sejam tela plana e as lâmpadas de LED – as fotos são antigas assim como os frequentadores. É uma experiência muito divertida, pois chegando às 19h não se encontra pessoas abaixo dos 50 tampouco mulheres – apenas os cabeça branca realizando seus rituais atemporais. No fundo do salão, uma placa relembra o que o lugar já foi e ainda é, aceitando-se “encommendas”. Além das fotos, cabides para casacão; mesas de fórmica, tudo muito simples e mesmo assim refinado. Os garção sabem atender os nativos e são carrancudos, então não espere um atendimento muito desenvolto. A comida demora porque são refeições completas.

Ambiente principal e único... somente nativos
Olhando do outro lado
Memoriais do passado
Consomé com um ôvo cara
Pratos principais - não tenho nem vergonha da sombra do bração ali
Acompanhamentos e vinhos
Birits

Em relação à comida: mesmo o estilo das refeições é de certa forma nostálgico, no nosso caso lembrando a infância mesmo, raras ocasiões de visitas a restaurantes chiques curitibanos na década de 80. Várias opções de mignon / contra filé, massas simples mas quantidades cavalares, língua e dobradinha a quem agrada – se não comer como ogro, melhor dividir. Fora isso é acompanhamento, não tem porção de boteco não – se estiver esperando comer petisco, vai acabar comendo consomê, ovo frito ou purê de batata. Beras e biritas somente de boteco, e das antiga – rhum com H, old eight e cavalo branco, estilêro. Como todo restaurante antigo que sobrevive, um pouco salgado demais pra quem espera um preço de boteco, mas a quantidade compensa.

Nobre clientela

De certo ponto de vista é um absurdo a gente ir no Bar Palácio como boteco #243 da confraria, mas é um restaurante afinal de contas. A experiência de imersão num dos ambientes mais tradicionais da cidade deve ser aproveitada enquanto quem cuida do lugar e comparece ao lugar está vivo e forte, e gostaríamos muito de estar como eles nos nossos bares favoritos (e bares novos da cidade) quando estivermos grisalhos ou sem cabelo... oh wait. Já estamos lá, deixa pra lá. Passando a diversão inicial e gastando nossas energias para digerir as quantidades absurdas de comida que botaram na nossa mesa, lá pelas 21h o pessoal um pouco mais jovem e diverso começa a aparecer. Saindo por volta da meia noite, o garção ainda tá botando as peças de alcatrão na grelha centenária, e o expediente seguirá até o último boêmio se satisfazer às 3h da manhã.

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