terça-feira, 1 de julho de 2025

#282 – Gente Fina – 22/05/2025

Presentes: Adolfo, Adriano, Cabeça, Tanaka
Sugestão: Cabeça
Quando lá, comer: polenta, carne de onça, pratos

O Gente Fina Social Clube fica na rua México, onde antigamente já esteve a Petiscaria do Edmundo. Ali é esquina com Uruguai, apesar do Uruguai não fazer fronteira com o México, enfim, ali na região das ruas de países o encontro desencontrado acontece com frequência. A Uruguai é a primeira paralela à Erasto Gaertner sentido Bacacheri, então meio que você se localiza por aí né... mas se for pra explicar o caminho, o negócio é ir pela Augusto Stresser que vira Fagundes Varela, e lá perto do Bosque Portugal virar à esquerda na México, é ali que começa a rua. De lá você anda bastante e cruza com vários países e políticos desconhecidos, e logo antes da Erasto o bar estará na esquina do lado esquerdo. Se quiser ir de busão, claro, a estação tubo é Holanda, e andando no sentido contrário do fluxo na Holanda por umas quatro quadras ela vira México e o bar ainda está ali no mesmo lugar. Vai entender.

Vista da rua, o estabelecimento da esquina

O Gente Fina é um barzinho caprichado, estrutura toda de madeira, do teto ao chão, só pra fazer estilo arquitetônico numa casa de alvenaria. Paredes repletas de fotos antigas e referências à antiga Curitiba saudosa dos véio anti-social. O lugar tem resumidamente três ambientes, o salão de cima, o salão de baixo e lá fora. O salão de cima é em cima, com pé direito alto, próximo ao balcão. O salão de baixo é em baixo, pé direito baixo, longe do balcão. OK, esta frase é desnecessária. Mas dizer como chega no bar também é. O salão de fora é lá fora, você entendeu, e tem uma saudosa catraca de ônibus das antiga. Falando em saudoso, o papel que deixam embaixo do prato (dá pra chamar de jogo americano nesse caso?) tem todo um conjunto de referências a Curitiba, Vaca Cheri, bairros e monumentos, coisa e tal, bem bonitinho. A música que rola no estabelecimento é muito boa, puxando raízes brasileiras boas, MPB, samba raiz, choro, em bom volume. Bom, isso é de terça a quinta né... sexta e sábado tem música ao vivo, e nem quero saber o que toca, recomendo aproveitar os dias de semana tranquilos. A comida não chega a demorar muito – só um pouco.
O atendimento é... bem. A gente não é desrespeitado nem nada, tratam OK, mas tem um fenômeno estranho nesse lugar que confirmei indo duas vezes: os atendentes são cinco ou seis, bastante para o espaço disponível, mas eles dividem o atendimento das mesas por zona. Aí tem um garçom específico para sua zona de 5, 6 mesas. De forma geral, todos os atendentes ficam observando o salão de costas para o balcão. Em alguns momentos o SEU garçom está atendendo outra mesa, e você tenta chamar um garçom do balcão, até inconscientemente, pra fazer um pedido – e eles fazem absoluta questão de te ignorar! Tipo você abanando a mão obviamente na linha de visão de vários atendentes, e eles olhando para o horizonte... depois o SEU garçom vê que você está chamando e vem te atender. Tipo, podiam até fazer o gesto universal de peraí, já vai, mas só ignoram e você fica acenando feito idiota. É muito estranho. Sei não, quem sabe o clima de trabalho ali não seja legal...

Salão de cima
Salão de baixo
Lá fora
Ó que estaile esse papel
O balcão
Porções
Pratos
Biritas Top
Drinks

As comidas do estabelecimento são muito interessantes. A variedade é ideal, não pouca pra ficar sem graça nem muita pra perder qualidade em cada prato individual. No evento da confraria, o pessoal pediu várias porções, pastel, dadinho de tapioca, rolmops, torresmo, coisa boa. Bolinho de bacalhau, tirico-tico, OK. O que mais elogiaram foram a polenta e a carne de onça. Eu faltei por viagem a trabalho, vi as fotos, fiquei com inveja, fui outro dia com família. Pedimos pratos, língua com ervilha, vaca atolada, dobradinha, parmegiana, muito bom! A variedade de biritas é ótima, chopp Brahma claro e escuro, brejas convencionais, uma coleção de caipirinhas muito boas, drinks interessantes. Tem as doses meia boca da Daga, outras biritas de boteco superfaturadas, mas tá bem servido sim, de consuma o estabelecimento tá de parabéns. Nos preços, fica dividido – as comidas têm um ótimo custo-benefício, e as bebidas são bem salgadas. Na soma, preço um pouco acima da média.

Esses cara aí na visitação

Tá aí, puta lugar agradável para uma botecada. Música boa em volume bom, ambiente top, tem até um quartinho de brinquedos pra largar a criançada enquanto se bebe. O coro foi relativamente reduzido, ainda bem que o Adriano abriu uma exceção e acompanhou os presentes, certamente aproveitaram bem. Não fosse a questão do atendimento, todos os quesitos estariam altamente atendidos. Mas valeu a pena, recomendamos.

quarta-feira, 18 de junho de 2025

#281 – Chinchu – 08/05/2025

Presentes: Adolfo, Cabeça, Cid, Pedro-san, Tanaka
Sugestão: Adolfo
Quando lá, comer: carrrrne

O Chinchu fica bem exposto, com seu letreirão na esquina da Saldanha Marinho com a Brigadeiro Franco, então se você passa ali de vez em quando, é bem capaz de você lembrar do estabelecimento quando vir a fachada na fotografia. São ruas bem conhecidas, então não precisa dizer mais sobre a localização, se você for um curitiboca... O tubo do vermeião Brigadeiro Franco é bem próximo, e ali é ruim de estacionar (chegando às 20h dá pra estacionar na própria brigadeiro), então não invente de beber e dirigir, OK?

Não pode ser que você não conheça essa esquina

O Chinchu se aproveita da moda de bar de parrilla, e tem aquele astral meio rústico meio barzinho como muitos lugares dessa moda. Paredes de tijolinho exposto, arquitetura industrial como dizem? Poucas coisas penduradas na parede, iluminação aconchegante, churrasqueira fazendo parte da decoração, tudo lá – não é uma reclamação, é agradável, mas não é original. O toque diferente é a exposição elevada das lenhas como parte da decoração, mas como tá tudo montado impecável demais, acho que não têm uso prático, devem queimar outras coisas (ui) na cocção. Do lado de fora, na calçada também tem umas mesas pra quem quer ficar assistindo ao movimento da rua. Música baixa, não lembro o gênero, mas bom de conversar. Garçons pareciam meio novos ou destreinados, era difícil ser atendido apesar de estar numa mesa bem no meio do caminho próxima à cozinha... A comida demora, é algo esperado porque assam a carne na hora. Mas os drinks também demoraram bastante, e o lugar não estava lotado, isso foi desnecessário.

Passando a entrada...
Lá pa dentro
Lá pa fora
Lá onde demoram os drinks
Combos de carne
Carnes individuais
Acompanhamentos
Beras
Drinks

De comes... carne, claro. Bar de parrilla. Eles têm uns “combos” de carnes combinadas para várias pessoas, dá uma economizada no conjunto, fomos nessa ideia. Vazio, entranhita, muito bom! Chorizo tava um pouco sem graça – suculento, mas a textura meio a desejar. Linguiça, tulipa de frango, bom. Acompanhamento 2, farofa e maionese tops. Bastante opção em qualquer quantidade que desejar, bem legal. De bebes, entre original por 21 real ou colorado por 25 real, nem tem o que pensar, vamos na cerveja cara que vale mais que uma cerveja barata cara. Variedade bem legal de drinks, mas demorados e não primorosos. Caríssimo, mas quer comer carne nobre e pagar barato?

Confraria gloriosa bem acomodada

O bar ficou relativamente vazio nessa quinta-feira, dia meio frio meio calor. Uma grande diferença dos períodos iniciais em que o antigo PF fulerão se tornou um atraente bar de parrilla, bombando com altas filas. Curitibano gosta de modismo, e esta deu uma esfriada, para nossa sorte – o que não significa que um sábado seja tranquilo nesta esquina... Fomos relativamente comedidos, com medo da mordida no bolso... e mesmo assim sofremos na saída, meio que não tem jeito, ou desembolsa ou fica com fome. Chinchu é um bar muito bem localizado e muito agradável, bom de ir com os engravatados no final do expediente. O chato são os defeitinhos pequenos, que combinados ao preço fazem com que o lugar deixe de ser memorável.

quinta-feira, 5 de junho de 2025

#280 – O Jeremias – 24/04/2025

Presentes: Adolfo, Pedro-san, Tanaka
Sugestão: Pedro-san
Quando lá, comer: tilápia? Assim não vale...

O Jeremias fica numa das veias principais do Boqueirão, a Waldemar Loureiro Campos. Pra chegar lá vindo da civilização, você pega as vias costumeiras para o Boqueirão (Barcelos, Marechal) e após passar o redondo do terminal do Carmo, entra a primeira à direita, é esta a rua. Segue reto e você vai reconhecer os pontos principais: o muro do quartel do lado esquerdo, o Cemitério Municipal do Boqueirão, o colégio Erasto Gaertner... Mais um pouco, o famoso Jacomar do Boqueirão. Passando o Jacomar, na esquina do lado esquerdo, um grande bar estiloso: é este o lugar.

Bonitão da avenida... o bar, digo

O Jeremias ocupa um terreno bem grande, é aberto e bonitão. Já do lado de fora tem umas placas com torresmo, carnes e outras tentações para atiçar o trabalhador médio que cruza a via principal em seu caminhão de pequeno porte. O ambiente é praticamente um salão só, que tem parte descoberta com guarda sóis e parte coberta com teto de zinco eternite alumínio duplo carpado. Apesar de ser abertão, os vidros e a mureta que rodeiam o estabelecimento impedem o vento de propagar, e o lugar torna-se aconchegante à noite. As mesas e cadeiras são de madeira rústica e a decoração é clean, mesmo porque não tem muita parede. Por sinal, tem uma parede específica com a caricatura dos prefeitos da cidade vizinha Curitiba, bem divertido. Rola uma música ambiente em bom volume, sertanejo? eu perguntei, não não eles disseram, ambiente. Tirem suas próprias conclusões. Tem um batalhão de garçom pra conseguir cobrir o lugar todo, e a comida também sai rápido, mas isso contando que fomos num dia meio vazio. Detalhe: o bar abre todo dia!

Salão principal. Lá no fundo imagine um espaço aberto
Balcão ali, tudo ali
Mural dos políticos dá pra saída de emergência
Olha aí, esqueceram as fotos do cardápio. Tive que pegar no Google
Sandubas
Beras
Caipiras
Outras coisas

O cardápio também é estiloso, cada prato com sua foto, bom pra gringo que não fala português. Pratos de refeição, sanduíches, porções. O coro estava baixo, então experimentaram pouca coisa. Pedro San estava presente, então claro que rolou a tilápia, gostaram. Batata com beicon. Frango com molho de ostra, acharam estranho. De bebidas, boa variedade de cervejas convencionais; pequena seleção de gins e uísques; e destaque para a coluna de caipirinhas: manga com limão, limão siciliano com gengibre e mel, maracujá, podendo ser solicitada uma régua de 3 sabores - sendo que foi desencorajada pelo garçom a caipirinha de pitaya, não tem gosto, ele diz. Não pediram a caipirinha gigante por falta de coro, e nem vale a pena, até terminar já esquentou tudo. Paga-se pelo ambiente de lugar caprichado, preços acima da média - esperado para o bar mais bacana da região.

Poucos bebedores neste bar

Dia de frio desgraçado no Boqueirão, assim como em Curitiba, então o bar estava bem vazio para a sorte dos visitantes. O bar fornece até cobertinha pra fugir do frio, mas home é home e os cara só perceberam que tinha as coberta quando tavam indo embora. Neste dia tinha gente viajando, outros passando mal, então o coro foi bem reduzido. Da mesma forma, o bar tinha baixo coro, até combinou. Chamou a atenção, contudo, que apareceu uma família com criançada às 23h - o que não deve ser comum num fim de semana mais cheio. Adolfo foi de bicicleta, saudável, mas é só 5min da casa dele, Tanaka provavelmente gastou mais calorias vindo de Uber. E foi isso que coletei de informação daqueles que nesta noite participaram, subscrevo-me. Agradecimentos ao Tanaka pelo relato e fotos, ele acabou não aparecendo nas fotos assim como costuma acontecer comigo.

sexta-feira, 9 de maio de 2025

#279 – Xis Bom – 10/04/2025

Presentes: Adolfo, Cid, Cabeça, Tanaka
Sugestão: Tanaka
Quando lá, comer: pizza, sei lá

É algo espantoso termos ficado tantos anos sem visitar o Xis Bom, um grande crássico da boemia curitibana. Tem gente que pode não reconhecer o nome, mas se você conta que é aquele logo antes da Rua 24 Horas na Visconde de Nácar ou 24 de Maio, ali onde as ruas se confundem, certamente vão se lembrar. “Mas ali não é um hotel?”, na realidade é que vão falar, aí você diz, antes do hotel, e eles vão falar “ah, sim! Mas é esse o nome?” e é esse o nome. A última referência possível é o Amarelinho na frente, onde todas as noites de ressaca feia iam parar às 4h da manhã, mas essa referência nem serve mais porque o Amarelinho fechou pós pandemia.

Uma das visões mais clássicas da cidade

A característica primária do boteco é ser 24 horas, plena madrugada tem uns caboco largado na sarjeta consumindo os excelentes produtos do estabelecimento. Arquitetura industrial típica dos anos 80, o teto do boteco é cortado transversalmente por umas... estruturas arredondadas metálicas com buracos redondos, mais uma parede de tijolinho, coisa de centro antigo de cidade grande. Eu achava que as mesas eram parafusadas no chão pra evitar que fossem roubadas, assim como é no Luzitano, mas não! Permite flexibilidade para diferentes grupos de clientes, e ainda bem, porque as mesas de pedra são pequenas pra burro, tem que juntar várias pra ter uma base decente de consumo. Cadeiras metálicas combinam com o ambiente, certamente são assim pra aguentar a destruição a que são submetidas 24 horas, algumas apresentam devidos sinais de desgaste. Fora isso, um banheiro sujão, visitado por alguns transeuntes e muitos clientes, e as esperadas caixas de cerveja em pilhas pelos cantos. Pode haver alguma preocupação em relação a saúde devido a limpeza, e não posso dizer que não é justificável pela aparência – o que posso dizer é que comemos bastante e não passamos mal. O garção não atende assim muito bem, passamos grandes períodos desatendidos, mas OK, não dá pra criar expectativa de um cidadão trabalhando no turno da madrugada num bar no centro da cidade. Não sofremos por demora da comida, a cozinha deve ser considerável contando que durante o dia fazem almoço pros trabalhadores da região.

De um lado
Do outro lado. Sim, é o mesmo lugar
Porções
Pizzas!
Biritas

Comida né. Então. A expectativa era baixa pela imagem do estabelecimento, por mais que o Cabelo tivesse informado que almoçava as marmita do lugar quando morava ali perto e era OK. E suponho que esta aproximação de baixas expectativas é correta, porque ao encarar a vida como ela é, não achamos ruim não. Consumimos porções: aipim, frango a passarinho, batata com alcatra (que vem pouca alcatra, é de se esperar), tilápia, nada especial em relação ao sabor, mas tava bom. Pedimos pizza calabresa a paulista e coração com champignon, tava bem bom, aquela sensação de culpa enquanto come um troço gordurento, sabe? Tomaram a coragem de pedir pizza de chocolate também, vê se pode – olhar torto é normal, mas ninguém deixa de comer quando tá na frente. A variedade de comida é bem interessante, principalmente por causa das pizzas. De biritas, cervejas convencionais, claro, e outro golpe na expectativa na página de drinks e coquetéis do cardápio. A ressaca era aguardada com tapete vermelho, mas tive a ótima ideia de perguntar qual era a birita utilizada, e tinha a opção de Velho Barreiro e 51, Velho Barreiro all the way pelamordedeus. Aí assim, pedimos tudo, claro, que oportunidade ótima de se estragar que não teremos na velhice. E... OK, as batidas eram meia boca sim, mas essa versão de “Amarula” com guaraná é bem boa, recomendamos. Claro, não deixa de estragar o caboclo. No final, uma conta simpática, condizente com as condições a que fomos submetidos.

Aqueles que tiveram melhor imunidade após o evento

Tanaka foi o primeiro a chegar, aí desci do busão, que maravilha o tubo da Osório bem na frente. Ao juntar três ou mais confrades, nos sentimos mais confiantes e integrados ao ambiente de baixo calão. Tavam rolando clips na TV de um funk carioca OK, o nível poderia ser muito mais baixo – mas aí o nível desceu efetivamente com a entrada daqueles sertanejo mais ruim que tem, e eu descobri que acho pior sertanejo que funk, uma noite de aprendizados. Fiquei implorando para o garção pra achar um futebol na TV, eu nem gosto de futebol, eu só queria sair daquela situação – mas o XV de Piracicaba contra Piraporinha só começava às 21h30 depois da novela que NÃO estava passando no bar, teria sido melhor. Depois eu não lembro mais o que rolou porque fiquei belbo. Confrades torciam o nariz quando encaravam a opção da pizza, mas jamais reclamaram quando ela veio. Rolava aquelas conversa de fofoca, imaginando a vida pessoal dos frequentadores das outras mesas que eram peculiares. Pedro San e Cabeça chegaram, comemos porcaria, e fomos embora quando a madruga estava começando a esfriar – ou esquentar para outros.

sábado, 26 de abril de 2025

#278 – Bar do Valdeco – 27/03/2025

Presentes: Adolfo, Bráulio, Cid, Cabeça, Tanaka
Sugestão: Tanaka
Quando lá, comer: bolinho de carne

O Valdeco não tem como perder de vista, em plena rápida do Portão sentido Portão, na altura da Vila Izabel, três quadras depois do Angeloni e duas depois do Boulevard, na esquina do lado esquerdo. Placa nova caprichada, mesas de prástico e toldos novos, todos vermelhos, uma cortesia da Brahma. Será cortesia mesmo, ou paga-se um valor ínfimo? Ali a estação tubo é Dom Pedro I. Moleza chegar ali hein.

Plena rápida!

O Valdeco tem jeitão de ser um bar milenar, estilo armazém antigo assim. Balcão de fórmica, vitrine para produtos ocupada por pôster de cerveja. Coifa em cima de fogão reformado. Caixas de cerveja, engradados de latas de Brahma, mesas e cadeiras, tudo empilhado pelos cantos. Mesas padronizadas de prástico da Brahma em todo o boteco. Até as paredes foram pintadas de vermelho pra combinar com os “móveis”, um clima renovado e refrescante, apesar da fritura lá dentro e do cigarro lá fora. Nas paredes, propaganda política e pôster de bebida somente, climão de interior. O Valdeco é o cara de boné e avental que atende a todos com a mulher (que não sei se é “sua”, mas parece), e aparenta muito jovem para o ambiente que comanda. É meio raro ele ir ali fora pegar pedidos, então você pede alguma comida no balcão pela primeira vez, e quando ele for levar você pede a próxima comida, e assim por diante. Perdeu a viagem vai ter que ir lá dentro pedir. A comida pode dar uma demorada, não prestei atenção se tinha outras pessoas além do Valdeco e a mulher, e o próprio Valdeco faz os espetinhos numa churrasqueira portátil que ocupa parte da entrada do estabelecimento.

Lá fora, também conhecido como ambiente principal
Posto avançado de atendimento
Se chover, tem espaço
Equipamento tecnológico para cocção

Cardápio obviamente não tem, é daqueles lugares que o próprio dono tenta puxar da memória o que tem quando você pergunta. E é claro que sem foto do cardápio eu ia esquecer, então eu anotei o que consumimos. Vou te dizer que foi legal a comida, frango a passarinho OK, batata OK. O bolinho de carne foi o melhor da noite, carne de verdade, apesar daquela capa escura dizendo “óleo de fritura velho”. Os espetinhos que demoravam um pouco a serem feitos na hora estavam bons também, xixo, coração, alcatra. Não tinha pão de alho nem queijo coalho, fizeram falta. Nada muito complexo assim, pouca variedade, mas satisfez. De bebes, cervejas convencionais e uma pequena prateleira dupla envidraçada de biritas de boteco de baixo escalão. Mas os preferidos da galera estavam lá, Cynar, Campari, e um raro presente Fogo Paulista. OK, essa galera que tou falando sou eu. A turma tomou Original e gasosa de abacaxi, mais um ponto positivo. Preços bem joinha.

Botecada hein

Chegamos ali, mesas todas vazias, sossego apesar do movimento da rápida. Qual o primeiro lugar a escolher pra ficar? O balcão, claro, interagir com o nativo que está sempre ali, apesar de conhecer inúmeras referências obscuras de boteco de gosto duvidoso por toda a cidade. Caboco firmeza. Adolfo muito saudável chegou de bicicleta, se integrando à troca de ideias. Meia hora depois, havíamos perdido a mesa que estávamos envisionando lá fora embaixo do toldo, mas tudo bem, a mesa lá fora ao lado tinha uma boa estrutura para pendurarmos a gloriosa bandeira da Confraria. Batemos papo e tal, ocupamos bem o Valdeco de pedidos naquela noite, ele sempre muito contido, personalidade reservada e trabalhadora. Rafael, meu amigo do trabalho, veio nos visitar e ouvir as besteiras que a galera já embriagada cuspia sem dó. Coragem. 22h era o horário que o boteco fechava no gúgou maps, e o Valdeco veio dizer que não ia cozinhar mais, mas que tinha os salgadinhos de pacote: isopor sabor bacon e isopor sabor bacon coberto de sabor cheddar, coisa estranha, consumida sem muito respeito às regras da boa gastronomia. E fomos ficando ali até tipo meia noite, ponto em que a rápida não era mais tão rápida, mas os nativos no boteco continuavam firmes, assim como o Valdeco, sempre contido, mas acostumado com aquela baderna. Botecada top. Fim.

quarta-feira, 9 de abril de 2025

#277 – Cana Brava Bar – 13/03/2025

Presentes: Adolfo, Bráulio, Cid, Cabeça, Tanaka
Sugestão: Cid
Quando lá, comer: tilápia tava OK

O Cana Brava Bar, quem sabe você já tenha visto, fica num lugar bem movimentado. É a famosa rápida do Portão sentido centro, que eu não tinha noção que também tem seis nomes diferentes. Urbanistas, por que dificultam tanto nossas vidas? Ou eu devia botar a culpa em vereadores? Anyway, sendo politicamente neutro aqui, ali a rua se chama Francisco Raitani, e o bar fica numa das principais veias que chegam ali que se chama... Prof. João Mazzarotto. Opa. Será que era meu professor de gramática do ensino médio? Espero que sim, ele era muito bom, merece uma homenagem. Ahhhnnn não, retiro o que disse e reitero o que sempre digo, que todas as ruas deviam ser chamadas por números, rua quatro, rua trinta e dois, parem de complicar nossa vida. Se você dissesse que ali é cruzamento da Rua Brasília com a Guilherme Pugsley, eu acreditava, é tudo o mesmo formato. Mas nem estamos no Portão, apesar da rápida ser do Portão. Ali é Capão Raso, umas quatro quadras antes do terminal do Capão Raso, e bem na altura da Igreja São José que você só enxerga estando na República Argentina. Ah, ali também é bem na altura do Pão de Alho do Karioca que fomos outro dia, pode ser usado como referência. O nome da estação tubo é Pedro Gusso, não bebam e dirijam rapazes.

O boteco já fechado, perto da rápida...

O Cana Brava Bar é um botecão bem simplêra, mas não chega a ser de villa. Bom, fica próximo a uma villa, os costumes são villeiros, mas o boteco é espaçoso, as mesas de madeira são decentes, parece novo. Bom, algumas paredes não tão totalmente pintadas assim, vamos botar o dinheiro onde dá retorno né? Possui um deque externo com mesas de prástico vermelhas da Brahma pra atrair os véio da rua, é coberto legal mas tem o movimento e o barulho da rápida. Lá dentro, um amplo salão com as mesas de madeira supracitadas, uma mesa de sinuca já meio estropiada, acho que compraram usada, e uma churrasqueira que o atendente falou que é de uso livre, só levar a carne e carvão. Quase nada de decoração e iluminação, quem precisa de conforto e essas baboseiras quando você tem álcool? No começo tava rolando sertanejo da pior qualidade, depois melhorou o ambiente quando a caixa de som falhou. As comidas não chegaram a demorar demais, mas demoraram um pouco. Atendente ao alcance dum grito e ambiente sossegado, as necessidades básicas de um boteco.

Esqueci da foto lá fora. Aí é o intermediário
Salão principal ali
Sandubas
Pratos e porções
Bebes
Bebes, visão didática 

Olha, vou dizer que as consumas não foram das melhores comparando com história recente. A tilápia foi a coisa mais legal que comemos, suculenta boa. Você venceu, batatas fritas OK, aipim OK. Frango passarinho meio meh, gorduras e cartilagens. Calabresa gordurenta. O pior foi o bolinho de carne, que era menos da metade carne e mais da metade bolinho – sabe aquela massa de fritura? Sei lá, algum volume pra preencher. De biritas, cervejas convencionais e uma variedade legal de biritas de boteco de baixo calão. Caipirinha só de limão, suco só laranja e limão, melhor não se atrair pelo cardápio não encontramos outros sabores disponíveis. O preço foi adequado ao consumido, não vou falar que tava caro por não ter gostado não.
 
Botequeiros

É isso véi, botecão do Capão Raso. Chegamos com chuva torrencial, trânsito desgraçado, e por isso escolhemos não sentar no deque lá fora que deve ser top no calor. O ambiente é joinha, mas o sertanejo dá uma depressão. Uma hora deu um estouro e um longo chiado, o Tanaka foi lá com seu quase um metro e noventa desligar a caixa de som, olhe que melhoria. Batemo papo, um certo mau humor na mesa, insatisfação com as consumas, mas o ser humano se adapta, principalmente quando álcool está presente. Tanto que ficamos papeando, comemos mais umas batatas e tomamos mais umas... o povo foi se mandando. Depois foi a vez dos atendentes às 23h. Sobrou um cara que quem sabe fosse o dono, quem sabe o chefe da turma, e ele muito educadamente falou “desculpa galera, o bar tá fechando” às 23h20, aceitamos, pagamos, atualizamos o horário de fechamento no gúgou maps e se mandamos. Mais um bar por nós fechado, riscado no caderninho (broguinho). Assim, veredito? É muito longe, não fomos muito fãs, mas se esse grau de boteco é a pira de vocês, by all means.